sábado, 7 de abril de 2012

O culto de Orixá e a sabedoria de Orunmilá



Texto de um grande amigo!

Olá amigos (as) e irmãos (as) de fé, venho por meio deste texto, tentar elucidar algumas dúvidas quanto à cultura de Ifá Orunmilá que está fortemente ligada ao culto de Orixá.
O que o povo do Candomblé sabe a respeito de Orunmilá? O que é Ifá? Quem é iniciado no culto de Orixá pode ser iniciado no culto de Ifá? Babalawò e Babalorisá são as mesmas coisas?
Muitas dessas perguntas devem estar fervilhando na cabeça de pessoas que ignoram Orunmilá. 

Outros acham que ser iniciado somente no culto de Orixá já é o bastante, ignorando uma divindade que está presente até mesmo nas Histórias de nossos ancestrais divinizados (Itans).
 

Vamos por parte... Vamos tentar responder as perguntas dentro de uma ordem de fácil entendimento.
O que os Candomblecistas sabem de Ifá Orunmilá, possivelmente se remete ao nome do Babalawò Bangbosé, que passou as primeiras noções do Merindilogún as nossas saudosas Iyalorisás. Será isso? Muitas Iyalorisás e Babalorisás possuem assentamentos (Igbas) de Orunmilá, como sendo um Orixá da corte Funfun sem ao menos ter contato com um Babalawò. O que quero deixar bem claro aqui é que para possuir Orunmilá, só se iniciando, só adentrando ao culto de Ifá. 

Aproveitando a oportunidade, Ifá é o oráculo, o sistema divinatório usado pelo Babalawò, chamado de Opelé ou o Ikin Ifá, Orunmilá tem todo o conhecimento sobre eles e através dos mesmos interpreta os destinos (Odús). Outra constante entre aqueles que são iniciados no Candomblé, é que quem é feito de Orixá não pode ser iniciado em Ifá, ou acham que virou moda, todo mundo com a pulseirinha verde e amarela (idé Ifá).

Realmente nota-se um grande número de pessoas chegando a Ifá, principalmente do Candomblé, em minha opinião Orunmilá está cada vez mais tocando as pessoas, elucidando e trazendo uma nova concepção a quem realmente quer conhecer a cultura e a religião, nosso culto está intrinsicamente ligado aos Orixás, é uma linha tênue que nos une, um Babalawò precisa da força dos ancestrais divinizados para trabalhar, mais é bom deixar bem claro que o sacerdote de Ifá Orunmilá trabalha com Odús (destino), diferentemente de um sacerdote do Candomblé.
 

Na África quando uma criança nasce é levada ao Babalawò para que os pais possam saber qual destino Olodumarè reservou ao mesmo, Orunmilá faz a revelação e interpretação do Odú daquela criança e seus pais ali mesmo podem saber quais os infortúnios que a aguardam pelos caminhos da vida. Orunmilá transforma a má sorte, o infortúnio do indivíduo em um caminho mais brando, com felicidade e sorte, driblando os maus agouros. Aqui no Brasil, fazemos o caminho inverso, vamos a Orixá primeiro e depois quem sabe em nossa caminhada espiritual conhecemos Orunmilá. Por isso quem sabe esse pré-conceito da parte de alguns sacerdotes. De certo quem é iniciado em Orixá pode ser iniciado em Ifá, saber seu destino, saber o que Olodumarè reservou em seus caminhos espirituais, pra muitos o impacto é grande, duas culturas com semelhanças, mais com traços definidos, diferentes, unidos somente pela força dos Orixás. O que temos de entender é que cada culto tem suas especificidades, seus sacerdotes e que elas nos levam a uma realidade, a busca da realização espiritual, estar bem financeiramente, estar com saúde, estar vivendo um grande amor e mais do que isso, estar em dia com suas obrigações, com seu Orixá.
 

Tentei ao máximo dar um ar simplório ao texto, falando sobre as questões que eu mesmo tive antes de ser iniciado, não confundam ser iniciado e ter feito “curso de Ifá”, coisa comum que vemos por aí, e quanto a ser feito de santo (Orixá), não fiquem preocupados, o Babalawò tem toda a sabedoria para instruir e dar conselhos procurem os Awôs que mais simpatizam e claro consultem Orunmilá, ele com certeza sabe de todos os destinos e pode nos aconselhar.
 

A KERE FINU SHOGBON; (O pequeno que utilizou seu interior para ter sabedoria)
ORUNMILA AGBAYE, ORUNMILA GBORUN; (Aquele que vive na terra e no céu)
ORUNMILA ELERIPIN; (Aquele que presenciou as escolhas dos Ori, destino).

"Awofakan OgundaKete Rodrigo Olufiran"

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